Infância – Lucas Bovaretto
Aluno: Lucas Bovaretto – EF82
Livro: Infância
Autor: Graciliano Ramos
Na cidade de Buíque
Um menino feio e raquítico nasceu
Seu nome era Graciliano
Que todas as torturas sofreu
A mãe, dele não gostava
Pois era feio como um joelho
Por isso, dava-lhe cocurutos na cabeça
E beliscões que de dor chorava
Mudaram-se para Viçosa, onde o pai era comerciante
E quando fazia mal negócio
Era em Graciliano com chicote
Que sua raiva passava adiante
Estava em idade escolar
E seu pai foi seu primeiro professor
Mas o medo de apanhar era tanto
Que "d" com "t" vivia a trocar
E a cada erro uma surra
Com a palmatória nas mãos a inchar
Que com o pai
Graciliano nem conseguiu soletrar
Foi ai que o pai virou delegado
E para a escola Graciliano foi
Mas assim como na casa
Na escola, vivia a apanhar calado
Adoeceu, ficou sem enxergar
Mas sua mãe ao invés de ajudá-lo
Chamava-o de cabra cego
Rindo do filho para magoá-lo
O tempo passou ligeiro
E, com ajuda de um professor de artes,
Aprendeu a ler e escrever
E no teatro a participar e ser
Tornou-se ator e escritor
E estava apaixonado
Um dia, ao acordar
Percebeu que num homem ele havia se transformado
Por defender um negro
Da fúria do pai-delegado
Apanhou excessivamente
E jurou nunca mais apanhar como um coitado
Foi assim que na manhã seguinte
Pegou a roupa que restou
E aos doze anos para a estrada rumou
E de carona ao Rio de Janeiro chegou
E, para Vçosa, só aos vinte seis anos voltou
Lucas Bovaretto