Consumista, eu?
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Cada vez que vou ao shopping ou a alguma loja, me coloco a pensar no quanto consumimos e no quanto somos levados a consumir. Não vou aqui, caro leitor, fazer apologia ao consumismo, muito menos taxar-me de socialista, dizendo que o mercado deveria ser extinto. Vou apenas lançar um olhar sobre a questão.
Você já reparou como somos abordados por vendedores? No caso dos homens, somos sacudidos por “bordões da virilidade”:
– Fala, patrão!!!
– E aí, capitão?
– Diga, meu Rei!!
Por acaso, sou alguma dessas coisas? Não! Queria um pouco mais de realismo na cena...
E as mulheres? Essas são um capítulo à parte:
– Meniiiiiiiiiiiiiiiiiina!! Separei umas peças que são a sua cara!
– Olha só como essa peça combina com seu tom de pele...
– Leve mais essa, da cor da estação...
E o mais engraçado é como o tom de voz muda de acordo com o ou a cliente. Pode ser de madame chic, de moça descolada e antenada, de patricinha e por aí vai... as vendedoras tem repertório de dar inveja a qualquer ventríloquo.
Em uma ocasião, estava em uma loja de sapatos quando o gerente soltou o seguinte petardo: “ você pode ver: se o homem tiver mais de 5 pares e mulher tiver menos de 20, tem alguma coisa errada”. Pode uma coisa dessas? Agora o consumidor é tipificado como arroz: tipo 1, tipo 2 e assim por diante. Eu até adotaria essa frase para uma tese de sociologia. Vai que pega, não é?
Agora o outro lado da moeda: É impossível não consumir em uma sociedade capitalista, em que tudo o que necessitamos é adquirido pela compra. Mas assim como beber ou comer açúcar, compras devem ser feitas com moderação.
Quer ficar bem com sua consciência e com a humanidade? Faça assim: De cada peça de roupa nova, doe uma usada a quem REALMENTE precisa. Dessa forma você cria um círculo virtuoso de caridade e fraternidade, rompendo com o círculo vicioso de compras desenfreadas. No mais, antenas ligadas com as armadilhas do comércio e boas compras!!!
PS: Esta crônica é para todas as mulheres que são, por vezes, lindamente consumistas.
Abraço cordial!!!
( Eduardo C. Souza escreve mensalmente neste espaço. Ele acabou de contar mentalmente os seus 4 pares de tênis e um de sapato)